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MOÇAMBIQUE

Afonso Dhlakama quer ser Presidente do centro e norte de Moçambique

Segundo notícias da agência Lusa, o líder da RENAMO anunciou a criação de uma república do centro e norte de Moçambique. Apesar da nova república, a RENAMO diz que quer apenas autonomia e não uma divisão do país.

Afonso Dhlakama (foto de aquivo de outubro de 2014, durante a campanha em Maputo)

"A RENAMO vai formar os governos provinciais nas seis províncias e eu, Afonso Dhlakama, passarei a ser presidente da república do centro e norte de Moçambique", declarou Afonso Dhlakama, o líder da RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana), o maior partido de oposição, num comício perante milhares de pessoas no sábado (10.01) na Beira, província de Sofala. Dhlakama foi largamente aplaudido e disse que considera esta medida como "pacífica e suave" para a atual tensão política do país.

O Rio Save visto da Estrada Nacional 1: segundo a proposta de Dhlakama, as províncias a sul do Save seriam governadas pela FRELIMO (o sul fica à esquerda da imagem), e quase todas as províncias a norte do Save pela RENAMO

Apesar de nova república no centro e norte, RENAMO diz não querer dividir o país

Dhalakama garantiu contudo que, com a formação da república do centro e norte, não quer dividir o país nem dar independência a esta região, mas "autonomia política e económica" das províncias, indicando que não serão necessários passaportes para circular entre a zona sul e o centro e norte de Moçambique.

"Não me venha a FRELIMO dizer que é inconstitucional, porque em nenhuma parte do mundo a Constituição não é emendável. Há democracias no mundo com províncias autónomas", referiu Afonso Dhlakama, exemplificando com a Madeira e os Açores, em Portugal.

Sem adiantar datas, Afonso Dhlakama disse que vai nomear governadores e administradores nas províncias de Sofala, Tete, Zambézia e Manica (centro) e Niassa e Nampula (norte), cedendo a

província nortenha de Cabo Delgado, de onde provém o Presidente da República eleito, Filipe Nyusi e as quatro províncias do sul (Inhambane, Gaza, Maputo Província e Maputo Cidade). Nestas cinco províncias, a FRELIMO ganhou as eleições gerais. Portanto, a linha divisória entre o sul governado pela FRELIMO e o centro-norte do país governado pela RENAMO passaria a ser o Rio Save - com a exceção de Cabo Delgado, que fica no extremo norte.

Falhou a proposta do governo de gestão

O líder da RENAMO salientou que a "única política judicialmente funcional" encontrada pelo partido foi a criação da república. Antes da validação dos resultados eleitorais, pelo Conselho Constitucional, a 30 de dezembro, a RENAMO propôs um governo de gestão com a FRELIMO, em resposta a uma alegada fraude eleitoral, e ameaçou criar um executivo próprio caso o partido no poder insistisse na rejeição da ideia.

Nas cidades do centro e norte, a RENAMO consegue mobilizar mais eleitores do que no sul do país (foto de Nampula)

A FRELIMO rejeitou a proposta de um governo de gestão. Para o Presidente da República cessante e da FRELIMO, Armando Guebuza, aceitar esta exigência seria um desrespeito pelos eleitores e um caminho para a "anarquia".

Moçambique realizou eleições gerais (assembleias provinciais, legislativas e presidenciais) a 15 de outubro, cujos resultados proclamados, e rejeitados pela oposição, dão vitória à FRELIMO e ao seu candidato presidencial Filipe Nyusi, colocando a RENAMO e o seu líder, Afonso Dhlakama emsegundo lugar e o MDM (Movimento Democrático de Moçambique) e o seu presidente, Daviz Simango em terceiro.

Ouça a reportagem de Arcénio Sebastião, a partir da Beira

Dhlakama diz que continua disponível para negociar

Dhlakama manifestou-se mais uma vez disponível para negociar com o Governo, mas também se classificou como "superior política e militarmente", garantindo que não se irá "ajoelhar perante a FRELIMO" nem recuar e, se for necessário, "governar à força" na república anunciada no sábado.

O líder da RENAMO, que chegou ao comício escoltado por viaturas protocolares da Polícia moçambicana, entre a sua guarda armada, ao largo junto do edifício dos Caminhos de Ferro de Moçambique, avançou que voltará a percorrer as províncias do centro e norte, devendo terminar os encontros com os seus partidários na região sul do país. "O sul não tem culpa, mas é o regime da FRELIMO que tenta fazer da região o seu bastião contra a vontade do povo", sublinhou Afonso Dhlakama.

Início da campanha da RENAMO para as eleições gerais de 2014 na Gorongosa, Sofala (foto de setembro)

 

MOÇAMBIQUE

Mais de 60 pessoas morrem em Moçambique depois de consumirem bebida alcoólica tradicional

Uma cerveja artesanal, consumida na ocasião de um enterro, tornou-se fatal. Pelo menos 69 pessoas faleceram por intoxicação alimentar em Chitima, distrito de Cahora Bassa, na província de Tete, no centro de Moçambique.

Familares dos falecidos a caminho do enerro das vítimas em Chitima

A fatalidade começou na tarde da última sexta-feira (09.01), quando um grupo de pessoas regressava de uma cerimónia fúnebre. Chegado a casa, como é de costume na zona sul da província de Tete, foi servida uma bebida alcoólica de fabrico caseiro.

“A dona de uma barraca fabricou Phombe, trouxe aqui e começou a vender. Na vinda do cemitério houve muitas pessoas que beberam Phombe”, explicou Cristóvão Mário, uma testemunha ouvida pela DW África no local da tragédia. “O dono da casa onde houve o falecimento começou a pagar a bebida às pessoas. A partir das 23 horas [de sexta-feira] começaram a morrer algumas pessoas.”

Quase 150 pessoas diagnosticadas

Carla Mosse é a diretora provincial da saúde de Tete

"Tivemos 146 pacientes que deram entrada nocentro de saúde de Chitima" a seguir ao consumo do Phombe, explicou Carla Mosse, diretora provincial da Saúde de Tete.

"Como o centro de saúde de Chitima tem uma capacidade limitada de espaço e meios de diagnóstico, fizemos a transferência de alguns doentes para o hospital rural de Songo", explicou.

Origem do veneno desconhecido

Familares dos falecidos transportam os restos mortais duma das vítimas da intoxicação de Chitima

Ainda não é conhecida a origem do veneno que tirou a vida de cerca de meia centena de pessoas em Chitima. "Aqui em Tete não temos capacidade para fazer testes", disse Carla Mosse à DW África. "Todas as amostras de sangue e urina tiradas foram enviadas para Maputo. Neste momento ainda não temos os resultados."

Várias medidas estão a ser tomadas para que se evitem situações do género. Em Chitima, membros da Polícia de Moçambique (PRM) e agentes da saúde estão a interditar o fabrico de Phombe nos bairros locais.

"Reiteramos o nosso apelo ao não consumo de bebidas alcoólicas e principalmente esta de fabrico caseiro, que não foi testada por nenhum laboratório", apela a diretora provincial da Saúde de Tete.

Luto nacional em Moçambique

Mais de 60 pessoas morrem em Moçambique depois de consumirem bebida alcoólica tradicional

Na sequência da tragédia, o Governo moçambicano já decretou luto nacional de três dias a partir das 00h00 do dia 12 de janeiro. E foi enviada uma equipa de médicos chefiada pelo ministro da Saúde, Alexandre Manguele.

Em conversa com a DW África, Samuel Buanar,secretário permanente do Governo da Província de Tete, disse que, neste momento, as famílias necessitam de apoio moral e de produtos alimentícios.

Várias organizações da sociedade moçambicana juntaram-se em solidariedade para com as vítimas. Afonso Dhlakama, líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), o maior partido da oposição, também está em Tete para prestar o seu apoio junto das famílias enlutadas.

A localidade de Chitima fica próxima do lago da barragem de Cahora Bassa

 

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